08/06/2021 - 08h22min
Quem acompanha a Gazeta Centro-Sul e esta Coluna sabe o quanto batemos na tecla ambiental, ressaltando a importância do desenvolvimento sustentável; da Educação Ambiental; do sentimento de pertencimento na sociedade; e de uma fiscalização eficaz do poder público para garantir qualidade de vida para todos. Neste contexto, insistimos na crítica contra as obras públicas mal-acabadas, contra a esculhambação da fiação nos postes de iluminação e ao relaxamento enraizado; contra o selo da feiura.
A insistência neste tema é proposital, porque terminar com a feiura gerada pela banalização do relaxamento depende de mudança cultural, e isso leva tempo.
Volto a esta questão porque no dia 5 de junho celebra-se o Dia Mundial do Meio Ambiente, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), visando chamar a atenção da população para os problemas ambientais.
Vamos focar em Guaíba, uma cidade muito bem localizada, com belezas naturais relevantes. O Calçadão da Orla Central liga uma praça ao Parque Natural, a Sala Verde da Aldeia. Uma passarela entre o grande Lago e o Morro José Lutzenberger, de mata nativa, iluminada pelo Sol e pela Lua. Ao fundo, a Capital dos Gaúchos e o Portal da Laguna dos Patos. Cenário cinematográfico.
Recentemente, a Praia da Alegria foi revitalizada, assim como o Balneário Alvorada, conforme foi amplamente divulgado pela Gazeta. Dois exemplos claros da importância de se preservar os espaços públicos. É impressionante a transformação dos ambientes degradados em cenários aprazíveis de convivência.
Até agora, ressaltei o lado bonito e bem cuidado da Cidade, mas quando avançamos para o interior da Aldeia, o relaxamento vai escancarando a feiura banalizada através das calçadas e ruas esburacadas e desniveladas; do emaranhado de fios nos postes; da iluminação pública precária e cheia de gambiarras; das obras mal-acabadas; da degradação dos prédios históricos que ainda não foram demolidos (com exceção da Casa de Gomes Jardim); do lixo acumulado em vários pontos, apesar da existência dos ecopontos e do serviço regular de coleta.
Quando ingressamos na Cidade pela Estrada do Conde, a esculhambação se agiganta no acesso ao Bairro Santa Rita e o mau cheiro impulsiona o soco na boca do estômago.
No acesso principal pela Avenida Nestor de Moura Jardim, seguindo pela Rua Vinte de Setembro, somos todos pêndulos bobos dentro dos carros de tantos desníveis e remendos na pista. O sistema de fiscalização das obras viárias em Guaíba parece ter sido criado na “Casa da Mãe-Joana”.
Em relação ao Arroio Passo Fundo, a poluição mais severa da Cidade, se revela o mundo fedido do “Faz de Conta”.
Sim, esta abordagem já foi feita nesta Coluna várias vezes. E até que ações efetivas do poder público em parceria com a comunidade comecem a mudar de verdade este quadro da dor, vou seguir batendo nesta tecla.
Quem sabe um dia possamos comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente, considerando os exemplos positivos da nossa Aldeia.
Transformaram em Nojo
Impressionante o que aconteceu com a política partidária no nosso País: um nojo. Uma tacanhice se instalou por toda parte, polarizando tudo que se mexe entre a fome e a vontade de comer. É como se tudo se resumisse a bolsonaristas e lulistas. De um lado, uma gente debiloide que marcha pedindo a volta da ditadura; de outro, uma gente abobada, negando a roubalheira que aconteceu nos governos petistas.
E neste contexto pamonha, dependendo da opinião que se tem sobre determinado assunto, logo as patrulhas de plantão já nos enquadram no núcleo bolsonarista ou no lulista. É como se não existisse alternativa. Pois eu sou a prova de que existe quem não se enquadra em nenhuma destas correntes. Está bem claro o que ambas fizeram ao País. Sou da corrente do “vamos em frente”, tentando encontrar um programa honesto (sem corrupção), equilibrado, focado na distribuição de renda e na dignidade humana, respeitando o trabalho, a diversidade e o meio ambiente.
Como temos cerca de 25% de fanáticos do lado do Bolsonaro e 25% de fanáticos do lado do Lula, sobram 50% dos eleitores para eleger uma nova proposta e seguir tentando mudar este País rico de população pobre.
Esta polarização asquerosa só afunda o que está ruim. Se os de lá são contra, os daqui são a favor e vice-versa. Não há coerência. Vejamos a questão da Copa América no Brasil, por exemplo. Pode Libertadores, pode Copa Sul-Americana, pode o Brasileirão e as partidas eliminatórias da Copa do Mundo, mas não pode a Copa América, porque o Bolsonaro aceitou a realização do torneio no Brasil.
A falta de debate, de diálogo, de respeito às diferenças dá nojo. Tudo enquadrado em duas caixas de fanáticos dá nojo. Se os que não se enquadram nas duas caixinhas não entenderem que precisam se unir, nada vai mudar.
E para consolidar o engulho, eis que desponta o politicamente correto forçado. Para um comando de santinhos do pau oco, é errado escrever ele ou ela, o “correto” seria “elx”. Vai se catar!
Enquanto isso, o STF governa o País sem que nenhum dos ministros da Corte tenha recebido um voto sequer da população. É de cair os butiás dos bolsos!
O Vinho
Ainda bem que, depois de uma Coluna azeda como esta, existe o vinho.
Leandro André
Publicado em 03/6/21.
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