25/05/2021 - 08h09min
Todas as semanas, recebo várias informações de diferentes setores da sociedade. Denúncias, relatos de conflitos dentro do Governo Municipal e na Câmara de Vereadores, reclamações sobre serviços públicos, informações de situações dramáticas, e por aí vai. É preciso filtrar a carga, checar a informação e questionar antes de divulgar, porque é isso que os leitores esperam da Imprensa profissional.
Muitas pessoas se acostumaram com lambanças de toda ordem na internet, confundem Imprensa com redes sociais e sapateiam quando não encontram a paparrotada. Eu consigo transcender a tagarelice e focar no que interessa, divulgando o que é fato relevante, de interesse público.
Dito isso, compartilho que a agitação conflituosa dentro do Governo Municipal de Guaíba está dilatando. A bulha já avança para fora dos bastidores. Percebo que, enquanto alguns trabalham, tentando melhorar a vida na Aldeia, outros se arranham por dinheiro sem esforço atrás de um dedo justiceiro fake. Se o Prefeito Maranata não intervir logo e excluir a turma do unhaço, a governança vai balançar.
A alternância no poder é importante, porque, além de dar chances para a execução de novos projetos, acaba expondo críticos oportunistas por tabela.
Como diria o meu avô, o recado foi dado.
Guerra de Versões
Assisti todo o depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello na CPI da Pandemia que corre no Congresso Nacional. Dediquei várias horas para confirmar minha tese de que os brasileiros vivem em meio a uma intensa guerra de versões por conta da polarização na política partidária e dos interesses de grandes grupos rivais. Neste contexto contaminado, a verdade não importa. Vamos lá!
Mesmo com um habeas corpus que lhe dava o direito de se calar diante de questões que pudessem lhe incriminar, Pazuello falou. Se preparou e respondeu todas as perguntas, deu a sua versão dos fatos. Distorceu vários pontos para blindar o Presidente Bolsonaro, uma missão difícil, considerando que tudo o que é dito fica gravado e é público. É impossível fazer alguém (não fanático) acreditar que Bolsonaro reconhece a gravidade da pandemia, que ele não lutou contra a vacina e que defende o tratamento preventivo com Cloroquina, mesmo sem eficácia comprovada para tratar da Covid-19. As declarações do presidente estão publicadas no atacado e no varejo. Contudo, o general deu a sua versão e blindou o capitão de qualquer responsabilidade, matou no peito.
Mas não foi somente blindagem, Pazuello fez revelações importantes sobre regras leoninas da Pfizer, por exemplo, a santinha do pau oco que atacou com preços abusivos, se valendo do sofrimento. Durante as negociações para a compra da vacina, o laboratório, tão respeitado por muitos, passou de 40 dólares a dose para dez, uma redução de 75% em poucas semanas, sem explicação, entre outras questões pérfidas. Acontece que parte da Imprensa do País, que está em guerra contra o Bolsonaro, focou na blindagem do ex-ministro e praticamente ignorou o lado predatório da fabricante da vacina, divulgando nos noticiários editados somente a versão que interessa na guerra contra o Presidente Ogro.
O relator da CPI, senador Renan Calheiros, envolvido até o pescoço em escândalos engavetados, passou todo o tempo tentando direcionar as respostas para incriminar o Governo, na cara-de-pau, sua marca registrada. Respostas diferentes do que ele esperava eram motivos de protestos, que encontravam eco na imprensa militante. Nos dois dias de depoimentos de Pazuello, um teatro bipolar.
O mais importante dessa CPI que corre no Congresso Nacional é o quanto ela escancara a guerra de versões na qual estamos todos submetidos. E, neste contexto contaminado, a verdade é o que menos importa.
Imóveis Fechados
Em muitas cidades do mundo é possível perceber um aumento significativo no número de pontos comerciais fechados. A situação não é diferente em Guaíba. Esta realidade vem se consolidando devido a dois fatores principais: a crise econômica, agravada pela pandemia da Covid-19, com a quebradeira de empresas, e o novo modelo de home office.
A Gazeta traz matéria especial nesta edição, abordando sobre o mercado imobiliário da Aldeia e promovendo uma reflexão sobre esta questão em Editorial. Vale conferir.
Fecha a Melhoramentos em Guaíba
No dia 6 de maio, fechou a fábrica Melhoramentos, em Guaíba, que, na verdade, se chamava Softys, pertencente ao Grupo CMPC. Uma embaladora de papel higiênico, trazido de São Paulo, para ser distribuído no Sul. Assim como chegou, lá na Estrada Santa Maria, foi embora, sem fazer barulho.
Em nota, a empresa justificou o fechamento da unidade de Guaíba devido aos altos custos operacionais. Dos 34 trabalhadores, alguns receberam oferta para atuar na Softys da cidade de Caieiras (SP). Os demais deverão ser entrevistados pela CMPC Brasil, empresa do mesmo grupo, como potenciais candidatos para vagas em contratação, conforme comunicado da empresa.
O Livro do Valdir do Carmo
A Editora Palavreado está lançando o livro “São Coisas da Vida”, com crônicas do jornalista Valdir do Carmo, que faleceu em 2013. Valdir trabalhou na Redação da Gazeta Centro-Sul nos primeiros anos do Jornal. Um profissional competente e muito querido pela classe de jornalistas.
Lembro do Valdir do Carmo chegando na Redação, com seu bloco amassado, cheio de anotações, comentando sobre um fato polêmico que estava investigando. Quase sempre um “babado forte”, como dizia sua colega Bete Neves. Bons tempos.
Leandro André
Publicado em 21/5/21.
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