24/06/2021 - 08h16min
Franz Kafka (1883-1924) nasceu em Praga, atual República Tcheca. A biografia revela que tratava-se de um boêmio, porém quieto e agradável. E de uma inteligência óbvia e um senso de humor seco. Era formado em direito, mas considerado pela crítica como um dos mais influentes escritores do século XX. Morreu muito jovem, aos 41 anos, por tuberculose e desnutrição. Mulherengo, chegou a ser noivo, mas nunca casou, nem teve filhos. E tinha uma relação complicada e turbulenta com o pai.
Um belo dia, Kafka passeava pelo parque de Steglitz, em Berlim, na Alemanha, quando percebeu que uma criança chorava muito pois tinha perdido sua boneca favorita naquele lugar. A menina e o escritor procuraram a boneca por um longo tempo, sem sucesso. Kafka, então, disse-lhe para o encontrar lá no dia seguinte e eles voltariam a procurar pela boneca. No dia seguinte, conforme combinaram, se encontraram novamente e, antes de retomarem as buscas, Kafka entregou à menina uma carta “escrita pela boneca” que dizia: “Por favor, não chores por minha ausência. Fiz uma longa viagem para conhecer o mundo. Vou te escrever, ainda, muitas outras cartas assim como essa sobre as minhas aventuras”.
Começava ali, uma história que continuou até ao fim da vida de Kafka. E assim, durante três semanas, Kafka entregava pontualmente à menina outras cartas que narravam as peripécias da boneca em todos os cantos do mundo: Londres, Paris, Madagascar… Tudo para que ela esquecesse a grande tristeza da perda. Lia as cartas ‘da boneca’ cuidadosamente escritas narrando suas aventuras e conversas. A criança ficava encantada. Até que um dia, finalmente, Kafka comprou uma boneca e entregou à menina. “Mas não se parece nem um pouco com a minha boneca”, disse ela. Kafka então entregou-lhe uma outra carta onde a boneca dizia: “Minhas viagens me transformaram!!!”. A menina abraçou a nova boneca e voltou radiante de alegria para casa.
Algum tempo depois, Kafka morreu. Passaram-se os anos e a menina, já adulta, por uma casualidade foi mexer na boneca e encontrou uma cartinha dentro. No bilhete, assinado por Kafka, estava escrito: “Tudo o que você ama provavelmente será perdido um dia. Mas no final o amor voltará de outra forma”.
Se fosse hoje, Kafka provavelmente seria enquadrado como pedófilo. Mas pense nisso na hora de refletir sobre as nossas perdas e frustrações. A pandemia fatalmente fez com que nosso encantamento pela vida esteja na mesma condição da ‘perda da nossa boneca’. E sem cartinhas para nos consolar.
Eduardo Coudet pediu para sair do Inter em função dos atritos que teve com Rodrigo Caetano. Pelo que se sabe, vivia pedindo reforços de qualidade para o time mas o executivo de futebol não se empenhava em trazê-los. Miguel Angel Ramirez foi demitido porque seu ‘modelo tático’ gerou atrito com alguns jogadores que não aceitaram – ou não assimilaram – o ‘estilo’ do treinador. A cada dia que passa o Inter se torna refém de perdedores, burros e fracassados.
O retorno à segunda divisão é um dever.
Daniel Andriotti
Publicado em 18/6/21.
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