10/05/2021 - 13h50min
Muitas pessoas pensam que nós somos dotadas de perfeição; mulheres-maravilhas que nada e ninguém conseguem nocautear. Também há quem nos compare a grandiosas rainhas, nos aponte como poderosas feiticeiras, e até mesmo nos defina como santas de um paraíso chamado materno. A todos, então, é preciso esclarecer que somos como toda gente, nossa extravagância está no amor pelos filhos.
Há quem acredite que não cometemos erros, colocando-nos em um pedestal acima do bem e do mal, pintando nosso retrato com as tintas da perfeição, como o fazem muitos poetas e outros tantos pintores. Estão enganados, nossos ombros dispensam o peso de tal responsabilidade. O que nos traz felicidade, é bom que se esclareça, é sentir que para sempre seremos dedicadas a estes seres que em nós deram início à vida.
Nós, as mães, somos como toda gente, mas temos corações tatuados com nomes de filhos. Em meio aos cuidados no tempo presente, pensamos em como será o futuro deles, idealizamos as escolas em que estudarão, imaginamos as brincadeiras que farão nos recreios. Planejamos férias, aniversários, e passeios antes mesmo de darem os primeiros passos. E sofremos por antecipação só de pensar no dia em que, já crescidos, nossos filhos anunciarão liberdade e afastamentos.
Das nossas mãos, garantia de afago; dos lábios, doce termômetro a sentir quando tiverem febre; dos braços, prontidão para os abraços que precisarem. Todo aconchego daremos aos que em nós brotaram, porque é de direito. E deles discordaremos, impondo certas regras, cumprindo o sagrado dever de educá-los.
Há pessoas que afirmam: mães são seres diferentes, sobrenaturais, heroínas do planetinha maternidade. Outras têm certeza de que somos infalíveis, donas da verdade, com poderes fora do comum. Ledo engano, somos como toda gente, isso é preciso que se esclareça. Nossa extravagância está no amor desmedido que sentimos pelos filhos que a vida nos confiou.
Cristina André
Publicado em 07/5/21.
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