17/02/2021 - 12h23min
Médicos defendem retorno com responsabilidade e segurança
O tema é motivo de preocupação da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), que entende a importância da retomada das aulas presenciais com o máximo cuidado sanitário. No entanto, é preciso na visão da entidade médica, ter uma ressalva com a palavra “obrigatoriedade”, uma vez que a realidade de cada família precisa ser respeitada.
“Como médicos temos preocupações do ponto de vista emocional, cognitivo, de desenvolvimento, depressão e obesidade. Não se nega a gravidade da pandemia, mas é preciso lembrar que tão cedo não haverá vacinação para crianças e não é possível esperar uns 2 ou 3 anos para ser ter uma vacina. Até lá, os efeitos acadêmicos e psicológicos seriam muito graves. Porém, a obrigatoriedade causa um ranço jurídico. Não é possível obrigar a família que se sinta em risco a mandar os seus filhos para escola”, explica o médico da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, José Paulo Ferreira.
O Brasil é um dos países que mais tempo ficou em aulas online. As evidências que ajudam a incentivar o retorno são baseadas nos últimos dez meses, quando se viu que a criança se mostrou não tão transmissiva quanto se temia no início da pandemia. Além disso, percebeu-se que as crianças que tiveram contato com o coronavírus apresentaram sintomas muito mais brandos, ainda que aconteçam exceções.
“Neste momento, é fundamental haver bom senso. Não há sentido a criança ser impedida de ir à escola ao mesmo tempo em que frequenta clubes, piscinas, praças e vai à padaria, por exemplo. Os riscos são iguais ou, até mesmo, maiores do que na escola, onde haverá uma série de regras a serem seguidas”, completou Ferreira.
A SPRS também manifesta preocupação com todos os professores e trabalhadores envolvidos no sistema educacional. O retorno às aulas presenciais dependerá de condições que assegurem proteção dos alunos e dos trabalhadores, tanto na rede privada como na pública.
Publicado em 12/2/21.
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